segunda-feira, 10 de agosto de 2009

O Governo Geral


Disposto a incentivar a colonização do Brasil, o Império português criou um novo centro administrativo: o chamado governo geral. Como sua sede foi fundada a cidade de Salvador. As capitanias hereditárias continuaram a existir. Entretanto, os capitães donatários teriam o seu poder submetido agora ao chamado governador geral.

O primeiro governador-geral foi Tomé de Souza, que ficou no poder de 1549 a 1553. Um dos seus principais atos foi trazer vários animais tipicamente europeus, como as vacas e os cavalos, para o Brasil. Além disso, ele diminuiu impostos,
mandou construir fortalezas e distribuiu armas e munições aos colonos.

Tomé foi substituído por Duarte da Costa (1553 - 1558). Durante o governo de Duarte foi fundada a primeira escola de Jesuítas no Brasil (em 1554). A escola se localizava ao redor da vila de São Vicente, que mais tarde tornaria-se a cidade de São Paulo.
Ainda no governo de Duarte da Costa, em novembro de 1555, os franceses ocuparam o Rio de Janeiro; eram chefiados por Nicolau Durand de Villegagnon e contavam com a aliança dos índios tamoios, inimigos dos portugueses.

Em 1558 assumiu o poder Mem de Sá, que fica até 1578. Durante o seu governo ocorre a expulsão dos franceses. Ele também ajudou a combater um epidemia de varíola, que matava muitas pessoas na capital, e agrupou os índios em missões.

Com o fim do governo de Mem de Sá, o Brasil foi dividido em dois governos: o
norte, com a capital em Salvador e com administração de Luis de Brito e o sul, com sede no Rio de janeiro e administrado por António Salema. Em 1640, com a união Ibérica, o cargo passou a se chamar Vice - rei. O último governador-geral e vice-rei do Brasil foi o Conde dos Arcos, que governou até 1808. Nesse ano chegou ao Brasil o rei D João, que assumiu o governo

Muitas capitanias, como a de Pernambuco, que estava se saindo bem na produção de açúcar, inicialmente não aceitou se submeter ao domínio do governador-geral.

sábado, 1 de agosto de 2009

As capitanias Hereditárias

Disposto a impulsionar a colonização, o governo português criou uma nova medida: as capitanias hereditárias. O rei português transformou o Brasil em enormes faixas de terra que eram distribuídas entre a nobreza. Só que nessa época o Brasil era bem menor (por causa do Tratado de Tordesilhas).

A carta-doação era o documento que dava direito a posse da terra, mas não a propriedade. Ou seja, o capitão - donatário poderia usar da forma que entendesse a terra, mas deveria pagar impostos a coroa portuguesa. Os direitos sobre a terra eram transmitidos hereditariamente para os filhos, mas o rei poderia tomar de volta a qualquer momento. Apesar de alguns compararem com os feudos, essa comparação está incorreta. Primeiramente, o regime de trabalho no Brasil era com escravos e não servos. Depois, a economia era voltada para o mercado externo, ao contrário dos feudos.

Havia ainda a sesmarias. Essas eram porções menores de terra que os donos das capitanias podiam doar. O proprietário das sesmarias poderia fazer o que quisesse, mas devia pagar alguns impostos ao capitão - donatário. Já os forais eram documentos que mostravam os direitos e os deveres dos donos das capitanias. Se encontrassem ouro, por exemplo, eles poderiam explorar, mas deveriam dar 1/5 para a coroa.

No início as capitanias não deram certo, pois faltou o principal: dinheiro. Muitos nobres não tinham ou não queria gastar o seu dinheiro no Brasil. Alguns que tentaram se arruinaram. Apenas duas capitanias prosperaram: a de Pernambuco e São Vicente (atual São Paulo).

O início da colonização

Apesar de os portugueses terem chegado no Brasil em 1500, a colonização de fato só começou nos anos de 1530.

Quando os portugueses chegaram aqui, o escrivão Pero Vaz de Caminha, mandou uma carta ao rei D. Manuel. Na carta ele usa palavras moderadas e nenhum exagero. Para Caminha, não havia nada que pudesse servir aos portugueses aqui. Segundo o documento, os índios deveriam ser convertidos e o Brasil deveria ser usado como um porto para as viagens ao Oriente, esse sim o grande objetivo.

Ao contornar a costa da África, por causa dos ventos, os navios acabavam se afastando do continente e se aproximando da América. Tendo o controle do Brasil, apenas Portugal poderia usar o país como escala, impedindo e dificultando o acesso de outros países ao Oriente.

Durante esse período (chamado de pré - colonial, 1500-1532) o Brasil foi utilizado apenas para conseguir pau - Brasil. Expedições reais vinham para o Brasil consegui a madeira. Se alguma fosse particular iria necessitar de autorização da coroa. Os próprios índios cortavam as árvores para os portugueses e em troca recebiam "presentes" (essa troca era chamada de escambo). No litoral existiam depósitos (feitorias) para armazenar a madeira, ferramentas e armas.

Apesar de dar algum dinheiro, os lucros com o pau-Brasil não eram astronômicos. No século XVII, com a produção de açúcar, o preço atingiu o máximo, mas em seguida caiu vertiginosamente no mercado internacional. Além de pau - Brasil, muitos bichos como araras e macacos eram levados para a Europa.

No ano de 1532 chegou a primeira expedição colozinadora no Brasil. Liderada por Martim Afonso de Souza e contando com cerca de 400 pessoas, eles fundaram a primeira vila, chamada São Vicente (atual São Paulo).

Mas quais foram os motivos para Portugal resolver colonizar o Brasil? Vários. O medo de perder a posse do mesmo, o desejo de aumentar o império, a intenção de evangelizar os índios e conseguir vantagens mercantilistas e etc.

A economia portuguesa era frágil. A agricultura era fraca e a manufatura era pobre. Portugal tinha que importar quase tudo que fosse vender para o Oriente. O comércio com essa região do mundo era o que salvava Portugal. Mas com o tempo ele deixou de ser tão lucrativo. Primeiramente, essa expansão exigia investimentos pesados e Portugal não tinha esse dinheiro, tendo que recorrer a bancos holandeses. Aos poucos, outros países também chegavam ao oriente e Portugal ia perdendo espaço.

Assim eles se voltaram para o Brasil. Mas o que poderia se produzir aqui? Açúcar. Foi o açúcar que levou Portugal colonizar o Bra
sil.

domingo, 19 de julho de 2009

A carta de Caminha: O início da literatura no Brasil

Atualmente, ao estudar literatura, junto estuda-se história e vice-versa. As duas andam lado-a-lado, auxiliando uma a outra. A literatura iniciou no Brasil com a chegada dos portugueses. A partir daí a arte da escrita começou a se desenvolver no país, atingindo várias dimensões.

A carta de Pero Vaz de Caminha inaugurou a literatura brasileira, sendo considerada a primeira obra. A chamada "Carta a el-rei D. Manuel sobre o achamento do Brasil" tinha uma caráter informativo, por isso, nessa primeira fase, denomina-se a literatura como um literatura de informação.

Essa fase é denominada "Quinhentismo" e corresponde a todas as manifestações literárias do Brasil durante o século XVI. Ainda não se pode falar em literatura do Brasil, aquela que reflete a visão do homem brasileiro, e sim numa literatura no Brasil, ou seja, literatura relacionada ao Brasil, mas que reflete a visão do mundo, as ambições e as intenções do homem europeu. As obras literárias eram dividas em literatura informativa (voltada para as riquezas materiais, como madeira, ouro...) e a literatura dos jesuítas (voltada para o trabalho de catequese).


Entretanto, com exceção da carta de Caminha, as principais obras literárias tem data a partir da metade do século XVI. O motivo é que foi nessa época que começou a colonização.

Como já foi dito, a carta de Caminha foi a primeira obra literária do Brasil. O texto é analisado tanto por historiadores como por estudiosos da literatura. Contudo, é inegável que muitos o consideram com uma boa qualidade literária. A carta tem como principal objetivo informar ao rei sobre a "nova terra". A carta fala sobre o escambo, o pau - Brasil e outros aspectos. A seguir um trecho dela:

"Pardos, nus, sem coisa alguma que lhes cobrisse suas vergonhas. Traziam arcos nas mãos, e suas setas. Vinham todos rijamente em direção ao batel. E Nicolau Coelho lhes fez sinal que pousassem os arcos. E eles os depuseram. Mas não pôde deles haver fala nem entendimento que aproveitasse, por o mar quebrar na costa"

PARA SABER MAIS...

Filme: Como era gostoso o meu francês
No Brasil de 1594, um aventureiro francês prisioneiro dos Tupinambás escapa da morte graças aos seus conhecimentos de artilharia.
Para a ficha completa do filme, clique aqui

Filme: Caramuru - a invenção do Brasil
Versão bem - humorada do contato de Caramuru com os indígenas brasileiros, dentre os quais Paraguaçu e Moema.
Para a ficha completa, clique aqui
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sábado, 18 de julho de 2009

Índios do Brasil: Curiosidades



O termo "Índio" apesar de muito usado, não é o mais correto. Esse termo surgiu quando Cristóvão Colombo chegou à América e achou que estava no Oriente. E nessa época todos os habitantes do oriente eram chamados de Índios/Indianos.

Com a chegada dos colonizadores a vida dos Índios foi totalmente mudada. Abaixo estão algumas curiosidades sobre a vida dos deles.
  • Ao contrário do que muita gente pensa, tupi-guarani é uma língua, não um povo. O tupi era uma das 1.200 línguas indígenas conhecidas no ano de 1500. Até meados do século 18, tratava-se do idioma mais falado no território brasileiro. Cerca de 20 mil palavras do atual vocabulário, como amendoim, caipira e pipoca, derivaram dele. Em 1758, o marquês de Pombal, interessado em acabar com o poder da Companhia de Jesus no Brasil, proibiu o ensino e o uso do tupi. Já em 1955, o presidente Café Filho obrigou todas as faculdades de letras a incluir um curso de tupi no currículo.

  • Os índios brasileiros adoravamm carne de macaco, considerada um prato muito especial. Quanto mais novo o macaco for abatido, mais macia é a carne. Os miolos são retirados e misturados a um molho ou pão. Os cérebros são ricos em gordura e proteína.
    Algumas espécies de larvas de besouro, como as que vivem em tronco de coqueiros, são consumidas entre os índios brasileiros.

  • As ocas são compartilhadas por famílias de até 40 pessoas. Filhos, genros, noras, netos moram juntos, na maloca do patriarca.

  • Os índios jamais batem nos filhos.

  • Os casamentos eram arranjados. Ao entrar na puberdade, a garota fica reclusa durante um ano e depois é apresentada aos pretendentes numa festa. Em casa, ouve lições das mulheres mais velhas, aprimora técnicas de artesanato, ajuda a cuidar dos bebês da família.

  • Algumas tribos aceitam a poligamia. Outras só permitem que o chefe tenha várias mulheres.

  • Uma das modalidades esportivas mais apreciadas pelos índios era a corrida com toras de buriti. Nessa prova, dez índios se revezam carregando toras de madeira com mais de 100 quilos.

  • Os índios só identificavam os números 1, 2, 3, 4 e "muitos". Para dizer que dez jacarés estavam no rio, diziam "minhas mãos". Vinte, "minhas mãos e meus pés".

PARA SABER MAIS...

Revista: Mundo Estranho (a edição desse mês da revista contém um reportagem sobre como viviam os povos indígenas brasileiros.)

sábado, 11 de julho de 2009

Portugal, o Quinto Império?



Durante o século XVI, os portugueses acreditaram na lenda do Quinto Império. Segundo essa lenda, estaria afirmado na Bíblia que Portugal seria o quinto império mundial.

A história do quinto Império é muito ressaltada nos sermões do Padre Antônio Vieira, jesuíta, um dos mais célebres que atuou no Brasil. Vieira tinha uma nacionalismo exaltado e era defensor voraz do Sebastianismo (outra lenda portuguesa, que acreditava que o rei D. Sebastião, morto ao aventurar-se em Alcácer Quibir, voltaria e transformaria Portugal em um grande Império)

O mito leva em consideração o livro Daniel, capítulo dois, da Bíblia. Nesse trecho, o profeta Daniel fala com o rei Nabucodonosor e conta o seu sonho, onde aparece uma estátua com cinco tipos de materiais. Esses materiais indicariam quatro grandes impérios: Assírios, Persas, Gregos e Romanos. O quinto Império seria Portugal.

A lenda do Quinto Império também influenciava as viagens portuguesas. Cientes de que para se tornaram um grande Império eles deveriam se expandir, eles iniciaram as viagens marítimas. Ela iniciou com D. João II propondo a Bartolomeu Dias que contornasse a África para chegar as Índias.

Esse mito fez com que D. Sebastião levasse adiante o seu sonho megalomaníaco de transformar Portugal em um grande Império. Assim, ele e grande parte da aristocracia Portuguesa desaparecem em Alcácer - Quibir (Marrocos), provocando uma cise dinástica em Portugal.

Quem acaba assumindo o trono é Felipe II, rei da Espanha. Isso consolida a União Ibérica (1580 - 1640). A União Ibérica fortaleceu a Companhia de Jesus (Jesuítas) no Brasil. Além disso, ela respingou na vida política e econômica do Brasil, pois as relações entre Portugal e Holanda eram tensas.



PARA SABER MAIS...

(site da Revista História, fala sobre o sonho de outro rei, D. João II, de transformar Portugal em um grande Império)

Filme: O Quinto Império - Ontem Como Hoje
O monarca português D. Sebastião, desaparecido na batalha de Alcácer-Quibir, se tornou mito em virtude de seu corpo nunca ter aparecido. Por conta disso, nasceu a lenda de que o rei um dia voltaria, como uma aparição no meio da névoa.

Para a ficha completa do filme, clique aqui
Para assistir o trailer do filme, clique aqui

domingo, 5 de julho de 2009

A viagem de Cabral: Curiosidades


Pedro Álvares Cabral, em 1500, comandou uma expedição para tomar posse das terras portuguesas na América. Abaixo algumas curiosidades sobre a viagem:
  • Pedro Álvares Cabral saiu da praia do Restelo, em Lisboa, ao meio-dia do dia 9 de março de 1500, uma segunda-feira. Vieram em dez naus e três caravelas, trazendo um total de 1500 pessoas. A viagem levou 44 dias.

  • Uma das naus desapareceu no dia 23 de março de 1500. Os outros barcos fizeram dois dias de buscas, mas nada encontraram. Então, seguiram viagem.


  • Cabral, de 32 anos, era casado com uma das mulheres mais nobres e ricas de Portugal. Isabela de Castro era neta dos reis Dom Fernando de Portugal e Dom Henrique de Castela.


  • Em 2 de maio, a expedição deixou o país e seguiu para as Índias. A missão de Cabral era instalar um entreposto em Calicute, principal centro das especiarias.


  • Pedro Álvares Cabral recebeu 10 mil cruzados pela viagem. Ele poderia ainda comprar 30 toneladas de pimenta, com seus próprios recursos, e transportá-las gratuitamente no navio. A Coroa se comprometia a comprar o produto pelo preço de mercado em Lisboa (sete vezes mais que nas Índias).


  • Além da nau que desapareceu e da outra que voltou a Portugal com a notícia do descobrimento, outras seis afundaram. Das treze, portanto, apenas cinco conseguiram retornar para casa